Empreendimento do tamanho de
Copacabana nas Dunas do Peró
O projeto
Reservas do Peró, que criaria quatro loteamentos nas áreas próximas
às dunas do Peró, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, sofreu
restrições do Conselho Diretor (Condir) do Instituto Estadual do
Ambiente (Inea), que se reuniu na segunda-feira (5) para analisar o
empreendimento.
Segundo o
secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, os loteamentos
estavam muito perto das dunas. Com as restrições, alguns
loteamentos foram cancelados e outros reduzidos, mantendo uma
distância mínima de 100 metros das dunas, que serão completamente
protegidas. Também segundo Minc, o projeto do Club Med, que é
sustentável, não foi alterado.
Empreendedora
já doou área das dunas ao município:
A
reportagem do G1 entrou em contato com a assessoria da empreendedora
Costa do Peró, nesta quarta-feira (7), proprietária dos 4,5 milhões
de metros quadrados em que vai se instalar o complexo hoteleiro
turístico mas, segundo a assessoria, a empresa ainda não foi
notificada pelo Inea sobre as restrições e, por isso, ainda não
poderia se pronunciar.
No
entanto, para cumprir com o compromisso com a prefeitura de Cabo Frio
de manter a área de conservação das dunas e do cordão arenoso
100% preservada, a empreendedora Costa do Peró doou, na última
semana, o trecho para o município e, por acordo entre as partes,
destinou o local à instituição de uma Reserva Biológica. Segundo
a empreendedora, desta forma, as dunas ficarão duplamente
protegidas. A doação foi registrada em escritura lavrada no 2º
Ofício de Notas de Cabo Frio, e o documento incluiu toda área de
vegetação nativa.
Restrições
visam proteção das dunas:
A doação
da área das dunas e do cordão arenoso deverá deixar os técnicos
do Inea mais tranquilos em relação à construção do complexo, já
que entre as novas exigências para o licenciamento do projeto, estão
a criação uma zona de amortecimento, que não permite nenhum tipo
de construção a menos de 100 metros de dunas, e a criação de um
padrão urbanístico, para não descaracterizar o ambiente. Também
segundo o Inea, os proprietários dos futuros imóveis terão ainda
que seguir estilo arquitetônico sustentável, semelhante ao que será
usado nas obras do Club Med, que faz parte do empreendimento. Segundo
Minc, com as mudanças, os loteamentos ocuparão menos de 5% da área
total de 4,8 milhões de metros quadrados, o tamanho de Copacabana.
As obras
do loteamento foram embargadas no dia 16 de setembro pelo prefeito de
Cabo Frio, Alair Corrêa, porque para abrir acesso ao local, as
construtoras derrubaram vegetação nativa junto à Estrada do
Guriuri e fizeram grande movimentação de terra. Mas, diante a
decisão do Inea, o prefeito disse que vai suspender o embargo.
" Se
o Inea retirar seu embargo e os empreendedores cumprirem com a
promessa de construir o Club Med eu retiro o embargo do município. O
Club Med é um empreendimento que interessa a Cabo Frio porque vai
gerar empregos e renda e qualificar o turismo", disse o
prefeito.
Fonte: G1 - Globo.com