EDITORIAL - VIOLÊNCIA EXPLODE EM CABO FRIO

Ônibus incendiado hoje na Praia do Siqueira - Foto portal RC24H

A violência definitivamente bateu à porta dos cabofrienses numa intensidade que nem mesmo o morador mais pessimista poderia prever. As recentes ações desferidas pelo 25º Batalhão de Polícia Militar contra os traficantes desencadearam uma série de reações por parte do meliantes que outrora só assistíamos em regiões da capital, acomodados nas poltronas das nossas salas.

Hoje ao sairmos pelas ruas, testemunhamos o medo e a preocupação estampados nos semblantes de pais e mães que já não sabem mais o que fazer para proteger a si a à sua família.

Cabo Frio ao longo dos últimos 16 anos tornou-se uma potência em arrecadação: hoje são 750 milhões por ano! Três bilhões em um mandato de prefeito! Todavia, e em contrapartida, a cidade não recebeu nem recebe os investimentos necessários ao fortalecimento tanto da sua economia como da infra estrutura necessária para não deixar seus logradouros tornarem-se presa fácil para a ação dos narco-traficantes.

Somados a isso a migração de bandidos oriundos do Rio e Grande Rio por conta da política imposta pelo governo do estado visando os eventos da Copa do Mundo e Olimpíadas, juntou-se, como se diz popularmente, a fome com a vontade de comer.

Tão lamentável quanto a omissão deliberada das autoridades locais e seus discursos evasivos é agora a postura oportunista adotada por essas mesmas autoridades e outros aspirantes a cargos políticos. Sabem que o tema segurança pública será determinante para a formação da opinião do eleitorado nas próximas eleições de outubro, e diante disso se aproveitam descaradamente da situação de caos em que nossa população está mergulhada.

Veremos nos próximos dias entrevistas, passeatas e outros engodos que não têm o mínimo de comprometimento com a busca de solução para esse clima de guerra que se instalou em nossa cidade. Aliás, e por ora, a única coisa que podemos elogiar é o enfrentamento adotado pelo 25º BPM, mas que por si só, e pela sua natureza de ação repressiva não consegue atingir a raiz do problema, até por que não é essa a função dela, polícia militar.

O debate tem que ser despido de coloração partidária e interesses politiqueiros. O que está em jogo é a nossa qualidade de vida e de nossos filhos e filhas, bem como o futuro que pretendemos legar às gerações vindouras do nosso município.

Já estamos fartos de promessas não cumpridas, de recursos públicos mal empregados e desviados para avantajar a fortuna pessoal de políticos corruptos. Queremos emprego, saúde digna, educação decente, habitação, saneamento, desenvolvimento, progresso, e paz.

Ouçam o nosso grito: Paz!