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domingo, 13 de outubro de 2013

O alvo não é o Sepe!

Nos últimos dias temos assistido a um verdadeiro bombardeio do governo ao sindicato que representa os trabalhadores da educação de Cabo Frio, o Sepe Lagos. Esse massacre por parte do prefeito, secretários, portariados e blogueiros remunerados para tal função tem na verdade objetivos ocultos, mas que não passam despercebidos a uma leitura e uma observação mais atenta do que é lançado, a princípio,  contra a entidade.
Escrevo aqui como cidadão e servidor da educação filiado ao Sepe. Não tenho nenhuma motivação senão a de amenizar a minha indignação com essa tentativa de criminalizar um movimento legítimo e que traz em seu seio as reivindicações de toda uma classe. E tudo que aqui “desce” da minha mente aos meus dedos é fruto da minha análise, do que penso a respeito dessa guerra desigual e inútil em que o governo se lançou contra os próprios servidores do município que por ora administra.   
Vejamos:
  • Dizem que o Sepe faz greve, que o Sepe isso e aquilo – Ora, o sindicato por si só não resolve nada, não delibera nada. Tudo o que é decidido o é pelos integrantes das assembléias as quais o Sepe tem o dever estatutário de presidir. A palavra, como é de praxe, fica franqueada a qualquer profissional da educação presente, e dessa forma as propostas surgem a todo momento, seja por parte da direção do Sepe quanto da plenária. Tentam atribuir ao Sepe essas decisões, por um simples motivo: bater de frente com toda uma categoria seria politicamente em erro infantil. Todavia, quando miram no Sepe, o tiro acaba se “espalhando” pela categoria toda.
  • Dizem que as reivindicações vão “falir” a cidade, que vão precisar demitir, que os pagamentos dos servidores poderá atrasar – Meu Deus, um município RICO, que já arrecadou até o presente  momento 566 MILHÕES de reais. Uma média de 56,6 MILHÕES POR MÊS! Será que não têm vergonha de usar esse argumento? A propósito, cadê os balancetes quadrimestrais da atual administração? Por que não colocam no Portal da Transparência uma opção de “despesas acumuladas” para que o cidadão possa ver nas rubricas específicas o que se gastou até o momento? Vamos ser bonzinhos e admitir, apenas para uma breve verificação, que metade dessa arrecadação tenha sido usada para pagamento de pessoal, o que estaria próximo do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Seriam então 288 milhões. E os outros 288 MILHÕES? Ainda assim, E por mais que queiramos acreditar no governo, é muito dinheiro ainda, minha gente. Volto a dizer: esse argumento é para jogar os servidores uns contra os outros, e a população mais desinformada contra os servidores. Outra coisa: o governo fez estudo de impacto orçamentário para criar essas secretarias e coordenadorias novas? Se não, agiu de forma criminosa e inconsequente. E o Ibascaf, que faz parte da administração indireta, recebe o que lhe é devido do recolhimento das contribuições dos servidores? Tem um estudo atuarial das aposentadorias presentes e futuras?
  • Dizem que o Sepe não está satisfeito com o que o governo chama de super-folha salarial – Primeiro, sabemos que esse governo, assim como os sucessivos governos que passaram pela nossa cidade, nunca foi fã de servidores bem remunerados. Isso atrapalha as ações populistas: abonos, brindes sorteados em festas, etc. Sem falar que a massa de manobra se reduz consideravelmente. Lembremos que o atual governo tentou através do diretório municipal do Partido da República melar o PCCR no Tribunal de Contas do Estado. Um partido aliado nunca iria fazer isso sem o consentimento do “chefe”. Que também enviou um PCCR bem abaixo do combinado para a câmara empurrar goela abaixo dos servidores que nada tinha a ver com o PCCR que foi fruto dos intensos estudos de impacto financeiro dos sindicatos com o governo e que recebeu deste o aval para a sua implantação. Ademais, que raciocínio é esse que não leva em conta que o dinheiro circulando mais na nossa cidade fortalece a sua própria economia, as empresas locais e seus empregados? E ainda: ter servidores relativamente bem remunerados deveria ser motivo de orgulho para um administrador. Afinal, são mais famílias que têm melhores de vida em nosso município. São pais e mães que podem planejar um futuro melhor para os seus filhos. Para terminar, que o governo então mostre com documentos e farta divulgação para a sociedade o verdadeiro percentual que a folha salarial representa.
  • Dizem que o Sepe age por motivações políticas e interesses eleitorais dos seus dirigentes – Essa estratégia de dividir as pessoas em dois grupos já ta pra lá de manjada. Sabemos que as pessoas têm suas preferências políticas, e posso afirmar que partindo da direção do Sepe elas são várias, e não duas como querem os governistas. Isso é parte da democracia. Quem entra pra direção de um sindicato não tem que fazer voto de “castidade” política. Apesar disso tem gente da direção que nem gosta de política. Quer “valorizar” o passe, então inventa outra. Ah, e o Sepe, cumprindo o seu dever, tem mandado os ofícios pedindo audiência com o prefeito, o que mostra que como entidade representativa dos servidores está empenhada no sentido de conciliar os interesses destes com as possibilidades da administração municipal. Cabe-me ainda acrescentar que quem partiu para a radicalização foi o governo no momento em que entrou na justiça para impedir que os servidores possam exercer seu direito constitucional de fazer greve e paralisações.

Dessa forma, tudo me leva a crer que esses episódios de ataque ao Sepe Lagos têm na verdade outro alvo: os próprios servidores. São eles que ficarão vulneráveis se não tiverem representantes que não se curvem ao poder. Que mesmo sob a tentativa de desmoralização e desqualificação permanecem fiéis aos ditames estatutários da entidade que dirigem. Uma revisão dos vencimentos se aproxima. Será em abril do ano que vem. Fora os servidores da Comsercaf que esperam ver nos seus contracheques a concretização do seu PCCR específico recentemente aprovado pela câmara. E também os agentes de saúde, que encerraram a sua greve depois da promessa de serem efetivados conforme determina a Carta Magna.
Devemos de nossa parte manter a devida vigília. E tomar cuidado para não cair na armadilha das palavras engenhosamente concatenadas para nos desviar do raciocínio correto e induzir ao que é conveniente para quem, do lado do governo, as lança ao teclado. Não podemos aceitar que a nossa liderança sindical seja MASSACRADA da maneira como estão fazendo debaixo das nossas barbas, sob pena de estarmos aceitando, pela nossa omissão, tudo o que vem por trás disso. E creio não seja pouca coisa.
Aí sim, vamos dar a verdadeira mostra do que é que faz uma categoria ser devidamente respeitada pelo seu tamanho e pelo potencial de convencimento que detém. Que o governo não se esqueça disso!

3 comentários:

  1. Perfeitas as sua colocações , como professora estou super chateada com algumas colocações de alguns blogueiros que nos tratam como "vagabundos" que não querem trabalhar. Estamos brigando por nossos direitos , nada mais. Que o Senhor Prefeito mostre as suas contas e o rombo que diz que os nossos salários causam . Obrigada Hamilton pelas suas palavras, lavou a minha alma.Fique com Deus.

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  2. quem nos chama de vagabundos e tenta nos depreciar é o blog oficial vermelho

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  3. Se ele a parentada deicar de pagar altos aluguéis em coberturas na orla da praia,voltando a morar em suas boas casas ,vai sobrar muito dinheiro, com isso podem pensar mais em quem trabalha de verdade que são os servidotes.Fazendo economia também com tantas empreenteiras para todos os vereadores também sobra muito,tanto para saúde como educação e muitas outras coisas ,essa obra da praia.

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