Rede Estadual: truculência do governo não é só a física

A truculência do governo do estado diante do movimento grevista dos profissionais da educação não se restringe às armas de choque, spray de pimenta, gás lacrimogênio, porrada e espancamento dos manifestantes.

Servidores grevistas da educação receberam hoje e-mail informando que do dia 25/09 em diante o código será 30(falta) e não 61(greve), e que completados 10 dias de código 30 o servidor responderá processo administrativo disciplinar. A ameaça se diz amparada em decisão judicial(acórdão) do TJ-RJ,  que julgou ilegal a greve na educação estadual, segundo a secretaria de educação do estado.

Na minha opinião é mais uma "arma" (esta de efeito psicológico) que o governo usa no intuito de tentar minar o movimento. Intimidar ao máximo parece ser a palavra de ordem que ecoa do executivo estadual. 

Essas estratégias são bastante conhecidas de quem milita nessa área. Muitas vezes foram usadas por diversos governos, mesmo que em intensidade e amplitude menor do que no atual. A jogada é continuar ameaçando de todas as maneiras para que os companheiros intimidados vão retornando gradativamente ao seu trabalho sem ter a totalidade do movimento as suas reivindicações atendidas. Isso já tá manjado.

Entretanto, os servidores grevistas, já fragilizados e descrentes dos três poderes, encontram-se agora, é certo, em situação delicada. A balança da justiça estadual não parece no momento estar aferida e em equilíbrio, como é seu dever. E esse cenário vem despertando a preocupação de setores da sociedade.

Vários outros sindicatos e entidades estão declarando formalmente a sua solidariedade aos profissionais em greve. A grande imprensa, diante do alcance das redes sociais tem feito a sua parte na cobertura ainda que "anêmica" que difunde dos episódios da greve. Políticos de variadas legendas e cargos também já acenaram em auxílio da categoria. Artistas de renome da mesma forma declararam apoio à causa.

Diante do quadro exposto, agora é preciso, antes de tudo, de inteligência. Catalisar essa "ajuda" que nos chega em auxílio é tarefa pra ontem. Nesse momento é preciso reconhecer que estamos em desvantagem e que cada passo a ser dado deverá estar necessariamente sob o jugo imperioso da razão e do bom senso.