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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Ex-Assessor de Deputada do Psol relata crime eleitoral

"Quando eu ganhava R$ 5100, eu repassava em média R$ 2750, R$ 2850; e quando eu passei a ganhar R$ 7000, R$ 7100, eu repassava R$ 4100. Ninguém gostava, mas a gente tem que trabalhar,né,amigo?"  
  

Marcos Paulo Alves, ex-assessor da Deputada Janira Rocha(Psol) em depoimento à Alerj no dia 11/09/2013

Marcos Paulo Alves prestou depoimento à corregedoria da Alerj nesta 4ª. Presidente afastada do PSOL teria desviado verba para campanha.

À direita, Marcos Paulo Alves chegou à Alerj no início da tarde para depor (Foto: Henrique Coelho/G1)

À direita, Marcos Paulo Alves chegou à Alerj noinício da tarde (Foto: Henrique Coelho/G1)
Marcos Paulo Alves, ex-assessor da deputada estadual Janira Rocha (PSOL), depôs, nesta quarta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e reafirmou à corregedoria da casa o que disse à Justiça. "(Janira) Cometeu crime eleitoral, sim. Boca de urna, cotização, possível desvio de dinheiro", disse ele, que foi detido — junto com o também ex-assessor Cristiano Valadão — ao tentar vender um material que comprometeria a deputada.

A deputada Janira nega as acusações e disse que só vai dar entrevista depois de ter acesso a todas as denúncias.
Alves entregou à Corregedoria as gravações que conteriam as confissões de Janira sobre cotização e uso indevido da renda do Sindisprev para sua campanha em 2010, e revelou a quantia que entregava todo mês para a assessora de gabinete da deputada, Cristiane Gerardo.
"Quando eu ganhava R$ 5100, eu repassava em média R$ 2750, R$ 2850; e quando eu passei a ganhar R$ 7000, R$ 7100, eu repassava R$ 4100. Ninguém gostava, mas a gente tem que trabalhar, né, amigo?", disse ele, que diz ter procurado a secretária de Defesa do Consumidor Cidinha Campos para entregar o dossiê porque ela já havia movido dois processos contra Janira.
"Achei que ela poderia nos ajudar, porque a corda sempre arrebenta do lado mais fraco", conta, sem poupar a ex-chefe. Marcos Paulo alega que trabalhou no gabinete da deputada entre maio de 2011 e junho de 2013, e que os desentendimentos começaram no início de 2012, quando a deputada teria dito que iria buscar outra base social, "esquecendo-se de quem a elegeu".
Ainda na tarde desta quarta-feira (11), o outro ex-assessor de Janira, Cristiano Valadão, dá seu depoimento sobre o caso. Após as acusações, Janira se afastou da presidência do PSOL e o partido já anunciou que está investigando o caso. Janira Rocha e a assessora citada disseram que só vão se pronunciar após a divulgação do áudio das gravações.
O deputado Comte Bittencourt(PPS), corregedor da Alerj, classificou como "muito grave" as acusações apresentadas no dossiê. "Vamos confirmar tudo ao longo das oitivas, mas ambos foram muito firmes nas suas denúncias. Cotização é uma falta muito grave" definiu Bittencourt, que deve convocar na próxima semana o delegado Ângelo Ribeiro, da delegacia Fazendária, onde a denúncia foi registrada e testemunhas foram ouvidas.
Para que a deputada seja cassada, segundo o corregedor, o relatório da corregedoria tem que ser entregue à comissão de ética. Se aprovado, o relatório vai a plenário.

Segundo Comte, os ex-funcionários contaram que "oito a dez funcionários" também participavam do processo de cotização dentro do gabinete. "Vários desses nomes serão chamados", garantiu Comte, que deixou claro que o foco da investigação da Alerj é a questão da cotização. "O uso de dinheiro do sindicato é algo até em escala maior, de repente o Ministério Público Federal Eleitoral pode se antecipar a nós e facilitar nosso trabalho", finalizou Bittencourt.

O outro ex-assessor de Janira, Cristiano Valadão, saiu da sala da corregedoria sem falar com a imprensa.



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